Biólogos da Universidade de Utah, nos E.U, conseguiram manipular geneticamente um grupo de nematóides (espécie de parasitas) para que eles fossem atraídos por animais do mesmo sexo. A experiência traz novas evidências de que a orientação sexual de um indivíduo pode ser profundamente influenciada por fatores genéticos. Apesar de os nematóides serem organismos simples, e de ser difícil aplicar em humanos os mesmos parâmetros, os cientistas acreditam que a descoberta da existência de um "caminho" biológico para as preferências sexuais oferece pistas sobre a sexualidade humana.
"Nossa conclusão é que a atração sexual está instalada em circuitos cerebrais comuns a ambos os sexos de nematóides", disse Erki Jorgensen, chefe da equipe que organizou o estudo. No estudo, publicado na revista, os pesquisadores ativaram um gene chamado fem-3 em espécies hermafroditas. Esse gene faz o organismo do nematóide se desenvolver como macho, com neurônios e estruturas de cópula específicas. Na experiência, o fem-3 foi ativado apenas no cérebro. Portanto, os animais desenvolveram neurônios masculinos, enquanto mantiveram características hermafroditas no resto do corpo. Apesar disso, eles se comportaram como machos, tentando se acasalar e fertilizar outros hermafroditas.
"Existe um debate sobre se o cérebro é influenciado por hormônios sexuais produzidos nas glândulas sexuais ou se um comportamento é derivado apenas da função cerebral", disse Jorgensen. "Neste caso, está claro que o cérebro é sexualizado."
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